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O apóstolo dos aposentados
O apóstolo dos aposentados * Sandra Silva O estresse do senador Paulo Paim (PT-RS), na busca de reabilitar os salários dos inativos da previdência brasileira levou-o às lágrimas após 10 horas de vigília. Certamente muitos dirão que lágrimas de político são como as de jacaré, mas é preciso olhar com menos ódio para homens e mulheres que optaram pela vida pública porque entenderam ser capazes de mudar circunstâncias e situações as quais julgaram perversas. Como em qualquer área humana há o bem e o mal e até prova em contrário o senador merece a credibilidade de todos nós. Sua presença no Senado tem demonstrado equilíbrio, conhecimento, honestidade e trabalho em favor de importantes anseios brasileiros. Sua luta para restabelecer o mesmo patamar de reajuste dos trabalhadores da ativa para os inativos é de longa data. O parlamentar tem enfrentado toda a ordem de inimigos e até desafetos em favor da legitimidade do que defende. Aliás, quem está na contramão do processo é a União que ao longo de 30/35 anos recolheu valores correspondentes a um, dois, três ou quantos forem os salários mínimos que o cidadão contribuía e depois de aposentá-lo passou a devolver apenas a sua metade. A situação é grave e a sociedade devia estar mais atenta e empenhada em buscar a reversão deste fato porque isso é uma questão de todos haja vista que os trabalhadores de hoje estarão aposentados em algum tempo do futuro. Portanto, os ativos de hoje suportarão essa mesma dificuldade logo à frente. A eterna explicação de que a previdência brasileira permanece com grande déficit caiu em descrédito. Há décadas manipula-se esse registro sinistro e duvidoso que põe em cheque a viabilidade previdenciária sempre em prejuízo do cidadão brasileiro. Quase toda a família tem hoje um aposentado pelo INSS, portanto vivencia o doloroso ato de observar, ano a ano, minguar os proventos de quem envelhece e que, por decorrência do desgaste natural do corpo, requer maior freqüência a clínicas, acesso a medicamentos e alimentação mais específicos e obviamente de maior valor econômico. Nossos aposentados estão à frente do calvário da sobrevivência por absoluta falta de sensibilidade, solidariedade, humanidade e respeito daqueles que governam. É quase um ato de terrorismo o entendimento de nossos governantes para este fato. O presidente da república parece não perceber a gravidade da situação, pois não tem se mostrado muito ativo na defesa de uma nova ordem para as aposentadorias. O PT, que ora governa o país, não faz muito tempo defendia um atendimento digno aos aposentados. Bastou ocupar o espaço da governança para mudar o rumo do pensamento e dar um atendimento a menor a essa população de brasileiros. A oposição de hoje, governista de ontem, faz o caminho inverso: cerrou o debate enquanto governava e hoje se lança em discurso de adesão à causa. Estas posturas contraditórias desqualificam os discursos dos políticos e deixam à mercê da própria sorte os cidadãos brasileiros. O projeto do senador Paim, tão logo passe para a discussão em plenário, se aprovado, vai à decisão do presidente. Todos dizem que será vetado porque a autoridade constituída vai se valer dos relatórios que insistem no déficit bilionário nas contas previdenciárias não podendo ? ou não devendo ? abrir novo front de gastos sem a conseqüente cobertura. Os aposentados e os brasileiros esperam que o presidente corrija a injustiça já que toda sua trajetória política até chegar ao posto maior da administração brasileira tinha por escopo consertar erros sociais os quais cavaram profundos sulcos entre as camadas ricas e as miseráveis. Não pode, pois, agora, esquecer suas falas porque de Judas Iscariotes e Silvérios dos Reis o inferno está repleto. * sandra.silva@brturbo.com.br ...


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